terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Deixei-te algures no passado [...]

...para que no futuro me esquecesses.
Os meus olhos fazem uma breve investigação em busca do porquê de teres partido. Partido... não só o meu coração, bem como para longe de mim. Os meus olhos começam a embaciar-se e eu só penso: esta água não vai cair. Nunca caiu antes. Vai evaporar-se. E assim consigo que seja. Olho em redor e o que vejo? Nada. Não consigo ver nada porque mais uma vez, embaciaram-se os meus olhos. A causa disso és tu. Onde estás? Não te vejo. Porque fugiste de mim? Não te encontro por mais que te procure. Porém, talvez tenha sido bom. E uma voz soa ao meu ouvido. Uma voz bem adorável, sorrateira que me pergunta: Ainda o amas?
E eu questiono-me... que pergunta mais absurda. Tenho os olhos a quererem transbordar um oceano inteiro. Tenho metade do meu miocárdio fora da minha caixa torácica. Não durmo à 125 dias - sim, eu conto-os... A minha língua já quase que só reconhece o sabor da fome. E ainda me perguntas se o amo?! Que ridículo. Então se isto não é amor, o que é? Consegues explicar-me?
E a doce voz, volta a sussurrar-me ao ouvido: Então?
Então? Mas então o quê? Eu ainda o amo. Mas guardei isso num cofre bem trancado. E, mais tarde perdi a chave. Não porque quis. Apenas foi necessário.
Mas olha,... um dia, daqui a alguns anos, quem sabe, quando fizer uma limpeza ao meu quarto, consiga encontrar a chave e talvez haja uma nova oportunidade. Toda a gente a merece, não é verdade?

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